A ampliação da Floresta Nacional (Flona), localizada no município de Assú (RN), e a criação do Monumento Natural (Mona) do Piató vão impedir o crescimento socioeconômico da cidade da região Oeste do estado.
De acordo com os estudos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o espaço de preservação – que atualmente ocupa cerca de 225 hectares – cresceria para mais de 5,2 mil, limitando a área urbana e afastando investimentos para a região.
Além da expansão da Floresta e da criação de uma nova reserva, seria estabelecida também uma nova Zona de Amortecimento (ZA), o suficiente para interromper o crescimento dos bairros Feliz Assú, Parati e Alto São Francisco.
Já a zona de amortecimento estabelece uma série de restrições para as atividades desenvolvidas no entorno da área de preservação, como a agricultura familiar.
Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio RN), a preservação ambiental deve ser equilibrada com os direitos das comunidades locais e os interesses econômicos do município, que responde por aproximadamente 9% do PIB potiguar.
Após ampliada, a Floresta Nacional de Assú – que já faz limites com as áreas urbanas e rurais do município – ocuparia também 3.200 hectares da Lagoa do Piató e de suas margens. Já o Monumento Natural de Piató ficaria situado a 1,5 km da atual Flona, somando uma área de aproximadamente 1,8 mil hectares à unidade de conservação. Assim, contando com a zona de amortecimento, as propostas do ICMBio podem impactar uma área de mais de 11 mil hectares.
Wilson Cardoso, engenheiro e consultor da Fecomércio RN, diz que “por causa do rio (Rio Pinhara/Assú), Assú só pode crescer para um lado, que será bloqueado se a Flona aumentar. Além de prejudicar o desenvolvimento urbano, a proposta do ICMBio envolve uma série de questões sociais, porque todas as propriedades rurais no entorno da unidade de conservação terão que seguir regras. A agricultura familiar às margens da Lagoa do Piató, por exemplo, ficará proibida”.
Um dos principais afetados pela ampliação da área de preservação ambiental seria o assentamento de reforma agrária Professor Maurício de Oliveira, que ocupa uma área de aproximadamente 3.324 hectares, sendo 750 hectares de área de reserva legal. As famílias que vivem no assentamento temem que o instituto confisque 750 hectares da referida área de reserva legal e mais 300 hectares da aérea coletiva da propriedade.
As propostas de ampliação da área de preservação ambiental também podem dificultar investimentos de diversos setores, como a instalação de usinas fotovoltaicas e a criação de roteiros turísticos.
Um dos investimentos ameaçado pela possível ampliação da Flona é o Santuário de Irmã Lindalva, que está em fase de planejamento e seria construído dentro da área em que o ICMBio pretende criar o Monumento Natural do Piató.
Com informações da Fecomércio RN https://fecomerciorn.com.br/noticias/propostas-de-ampliacao-da-flona-de-assu-ameacam-desenvolvimento-sustentavel-do-municipio-avalia-fecomercio-rn/